Touchpoints
A criação, por Brazelton, do conceito «Touchpoints» enquanto modelo filosófico que explica o desenvolvimento humano modificou, significativamente, o modo de intervenção dos profissionais envolvidos com a criança, enquanto educadores que aprendem a privilegiar, assumidamente, a relação Bebé-Família.
«Touchpoints» consiste numa abordagem teórica e prática de um modelo de desenvolvimento perspectivado em torno de momentos chave, focado no bebé/criança e centrado na família, que visa potenciar a competência parental na construção da relação pais-filhos e criar uma aliança entre os pais e os profissionais que fazem parte do seu sistema.
Este modelo aplica-se desde um período pré-natal e estende-se ao longo do desenvolvimento da criança, tendo como paradigma o recém-nascido e uma estratégia prática que promove os alicerces vitais para um desenvolvimento mais saudável. Para alcançarem melhores resultados, as crianças precisam de ter pais convictos das suas competências e capacidades.
O Modelo Touchpoints envolve um trabalho articulado entre os profissionais e os serviços de saúde, educação e sociais ligados à criança procurando criar uma linguagem comum e responder às necessidades das crianças e das suas famílias.
Este modelo pressupõe uma transformação no trabalho com as famílias ao focar-se nas suas forças e ao assumir uma postura colaborativa e um envolvimento empático. Esta mudança de atitude é sustentada por nove Princípios, sete Pressupostos Parentais, e sete Pressupostos dos Profissionais:
Princípios
- Valorize e compreenda a relação entre si e os pais.
- Use o comportamento da criança como a sua linguagem.
- Reconheça o que traz para a interação.
- Reconheça e respeite a cultura de cada família.
- Esteja disponível para discutir assuntos que vão para além do seu papel tradicional.
- Valorize a paixão onde quer que a encontre.
- Focalize na relação pais/criança.
- Procure oportunidades para apoiar a mestria dos pais.
- Valorize a desorganização e a vulnerabilidade como uma oportunidade.
Pressupostos Parentais
- Os pais são os peritos dos seus filhos.
- Todos os pais têm forças.
- Todos os pais querem fazer bem com os seus filhos.
- Todos os pais têm algo fundamental para partilhar em cada etapa do desenvolvimento.
- Todos os pais têm sentimentos ambivalentes.
- A parentalidade está enraizada em práticas culturais, crenças e experiências individuais.
- A parentalidade é um processo construído por tentativa e erro.
Pressupostos dos Profissionais
- Cada profissional é o especialista no contexto da sua ação.
- Todos os profissionais querem ser competentes.
- Os profissionais precisam do mesmo tipo de suporte e respeito que lhes pedimos para dar aos pais
- Os profissionais precisam de refletir sobre as suas contribuições para a interação pais/cuidadores.
- Todos os profissionais têm pontos fortes.
- Todos os profissionais têm sentimentos ambivalentes.
- Todos os profissionais trazem as suas perspetivas culturais.
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